sexta-feira, 4 de junho de 2010

Soneto de Fidelidade




De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

1 comentários.:

Penso, Logo Briso! disse...

Eu amooo Esse poema..
Perfect Kinha
Um dos melhores..
beijoss
te amo
By. JeeH
http://penso-logobriso.blogspot.com

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Aproveite.
Essa é uma das poucas
coisas que é degraça.. =P

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Dêem flores enquanto possam
apreciá-las, porque depois elas
servirão para cobrir
sepulturas..